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A competência tradutória e a formação do tradutor

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Estudos apontam que definir e entender o conceito de Competência Tradutória pode ajudar a melhorar programas didáticos para a formação acadêmica de tradutores, definir e entender o conceito de Competência Tradutória embora poucas pessoas no Brasil abordem esse assunto.

Pesquisadores da Universidade Federal de Ouro Preto se propuseram a refletir sobre alguns conceitos da literatura da área e de suas implicações para observar como se dá a formação de tradutores no Brasil entre os anos de 2009 e 2014.

Eles investigaram as mudanças nas concepções e diretrizes dos cursos e se tem havido congruência entre as teorias e as propostas didáticas. O artigo publicado na revista científica Graphos, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), discute o conceito de Competência Tradutória para que ele possa ser aplicado de forma adequada à análise de programas de formação de tradutores.

A Competência Tradutória é dividida em subcompetências tradutórias e o artigo mede como elas são abordadas nos cursos de tradução no Brasil.

“O atraso em relação ao desenvolvimento da didática da tradução não é ‘privilégio’ do Brasil, mas pode ser observado em nível globalizado se o compararmos com a situação de outras áreas de pesquisa aplicada nos estudos da linguagem, como, por exemplo, a didática do ensino de línguas, que apresenta uma tradição consolidada, recebe investimentos e produz avanços teóricos, descritivos e aplicados substanciais há muito mais tempo.

Portanto, a didática e a linguística aplicada ao ensino de línguas encontram-se em uma situação teórica, didático-pedagógica/metodológica e política muito mais avançada que a da tradução”, aponta o pesquisador José Luiz Vila Real Gonçalves.

A primeira fase da pesquisa consiste de uma discussão teórica e revisão dos componentes ou subcompetências da Competência Tradutória, para contribuir para reformulação e reorganização das categorias.

Tendo em vista que até antes da expansão da oferta de cursos de graduação em universidades federais brasileiras, os cursos de tradução pareciam estar bastante mais dependentes dos currículos dos cursos de Letras, sem um enfoque mais específico para a formação em tradução.

Ou seja, muitos bacharelados voltados para essa formação específica, com diferentes denominações, mostravam-se muitas vezes como apêndices dos currículos principais, em geral voltados para a formação de licenciados.

Portanto, a ênfase encontrava-se principalmente nas disciplinas de língua, linguística e literatura”, comenta o pesquisador.

Segundo as observações feitas pelo pesquisador, essas reflexões podem servir de base para o aprimoramento dos currículos de formação de tradutores.

“É importante ainda reiterar que a metodologia de coleta dos dados proposta e implementada tem limitações e não permite a construção de um quadro mais preciso e refinado dos currículos de cursos de tradução no Brasil, uma vez que se contou essencialmente com a relação de disciplinas elencadas nas matrizes curriculares divulgadas nas páginas da internet dos respectivos cursos.

Contudo, foi possível realizar um levantamento de tendências, cuja análise aponta para reflexões coerentes em relação ao quadro da didática da tradução no país, além de estabelecer um diálogo com conceitos e abordagens teóricas sobre a Competência Tradutória”, completa o pesquisador.


Referências:


GONÇALVES, J. L. V. R. Repensando o desenvolvimento da competência tradutória e suas implicações para a formação do tradutor. Graphos, João Pessoa, v. 17, n. 1, p. 114-130, 2015. Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/index.php/graphos/article/view/25053/13707>. 

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